Estação Arcoverde

terça-feira, 23 de junho de 2009

Arcoverde, nome típico da confusão.


A história dessa família começa no Brasil colonial, quando da criação pelo reinado de Portugal das capitanias hereditárias, em 1535, como forma de povoar a colônia, protegê-la dos invasores e garantir à coroa a arrecadação sobre suas riquezas.

Com essa intenção Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, vem ao Brasil tomar posse de sua terra trazendo consigo sua mulher, Brites de Albuquerque e seu cunhado Jerônimo de Albuquerque.

Fundaram em 27/09/1535 a Vila de Cosme e Damião, chamada depois Olinda, próxima de Igaruçu, onde estabeleceram-se a partir do verão de 1536.

Jerônimo de Albuquerque foi um dos melhores Capitães e uma das figuras das mais notáveis da colônia iniciante, lutando nos Montes Guararapes contra os índios que impediam a ocupação portuguesa e onde perdeu um olho, atingido por uma flecha. Daí ser apelidado de "O Caolho".

Foi feito prisioneiro pelos índios, condenado à morte e uma índia filha do cacique Tabajara, Muira-Ubi, foi selecionada para ser sua companhia na última noite de vida neste mundo, conforme o hábito dos índios. No momento em que se preparavam para devorá-lo ela intercedeu pedindo para não matá-lo. Ele casou-se segundo os ritos da tribo com a índia Muira-Ubi, depois batizada com o nome de Maria do Espírito Santo Arcoverde.

Jerônimo de Albuquerque tinha então 22 ou 24 anos. Desta união foram gerados 8 filhos, todos legitimados em 1561. Quis casar-se na Igreja com Muira-Ubi mas a Rainha Catarina da Áustria, que reinava em Portugal durante a menoridade de seu filho Sebastião, recusou obrigando-o a casar-se com Filipa de Melo, filha de Cristovão de Melo. Assim, com 55 anos casou-se e teve 11 filhos. Além disso, teve também mais 16 filhos bastardos com outras mulheres, brancas, índias, mamelucas e por isso foi também chamado de "O Adão Pernambucano".

Um das filhas da união com Maria do Espírito Santo Arcoverde, Catarina de Albuquerque, casou-se com o florentino Filippo Cavalcanti, gerando a família Albuquerque Cavalcanti conhecida até hoje e considerada a maior família de origem conhecida do Brasil.

Nove gerações depois, por volta de 1770, o capitão André Cavalcanti de Albuquerque Arcoverde, em homenagem à índia Muira-ubi, resolveu adotar oficialmente o Arcoverde, dando também esse nome a um de seus filhos, Jerônimo Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti originando toda essa imensa família.


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